Apostas em Política Habilidade (e Emoção) acima da Sorte

O time da KTO trabalha para oferecer entretenimento e retornos reais que importam às pessoas. O que proporcionamos é um site de jogos tanto quanto é uma plataforma para jogadores sérios que estudam cuidadosamente e preparam suas apostas.

A KTO ofereceu a possibilidade de apostar nas eleições nacionais e estaduais porque são relevantes para uma grande parte dos nossos fãs.  Disputas políticas de alta visibilidade animam as pessoas, no Brasil e praticamente no mundo todo. Milhões gastam grandes somas quando esperam que seus candidatos possam vencer e também trazer retornos para eles no processo. 

Eleições democráticas são importantes para os impactos sociais, econômicos e culturais que produzem nos anos seguintes. No entanto, é estimulante gamificar assuntos tão importantes e, se possível, lucrar com o conhecimento sobre política.

O time de pesquisas da KTO analisa bem de perto os mercados de apostas, os perfis dos usuários e escolhas feitas por aqueles que decidiram apostar no ciclo de eleições passado no Brasil. 

Apostas em Política como uma indústria em crescimento online

Apostar nas eleições (e importantes eventos sócio-políticos em geral) se tornou um nicho de mercado global na última década. Informação abundante sobre eventos globais, exposição às mídias digitais e acesso remoto à plataformas de apostas móveis combinam para criar um cenário de apostas dinâmico.

A eleição presidencial de 2020 entre Biden e Trump nos Estados Unidos gerou um volume de negócios de mais de US$ 1 bilhão, considerando apenas os maiores dados das casas de apostas. É bem verdade que este evento foi amplamente divulgado, ressoando globalmente por meses antes e depois. 

Dadas as devidas proporções, nós podemos ver coberturas similares e exposições midiáticas para muitas eleições nacionais e políticas transfronteiriças (como, por exemplo, Brexit). Mercados de apostas em eleições populares incluem lugares como Austrália, Brasil, Canadá, França, Filipinas, Alemanha e Reino Unido. 

Talvez isso seja surpreendente para o grande público, mas as apostas em política nos EUA, não têm regulamentação e são praticamente ilegais, se o operador ou site de apostas possui sede em seu território. Ao mesmo tempo, apostas esportivas são legais e fortemente divulgadas, o que leva muitos jogadores a assumir que eles podem apostar em eleições ou eventos políticos na sua casa de apostas local favorita. 

Notavelmente, sites localizados em outros locais são legais e acessíveis a todos, salvo em caso de declarações explícitas em contrário por tribunais, o que não é uma prática comum na ausência de leis ad hoc.

Ainda mais importante, nós consideramos eventos que vão para além da emoção dos jogos e dinheiro. Eles são realizados em formato de competição, com diferentes regras, rodadas e sistemas de contagem, dependendo da localização e cargos oficiais. Entretanto, seus resultados têm um grande impacto na sociedade, mesmo fora do próprio bem-estar e prosperidade financeira. 

Estes tipos de estímulos mostram porque o fenômenos de apostas eleitorais não é recente na história da humanidade. Há casos conhecidos desde, ao menos, a Idade Média, com a eleição papal sendo um emblemático exemplo de 1503. 

Nos tempos modernos, grandes indústrias também avaliam competições políticas por seus efeitos colaterais. Os principais fundos de gestão ativa acompanham as sondagens pré-eleitorais e as probabilidades dos resultados pelo seu impacto nos mercados de produtos básicos e na economia em geral. De fato, analistas até mesmo falam sobre volatilidade e oportunidade, conceitos estreitamente relacionados com a psicologia do jogo. 

Por um lado, isso nos leva à dinâmica comum partilhada por eleições (planejamento e apostas) e vários mercados financeiros (pesquisa e investimento). Por outro lado, isso mostra exatamente porque é tão difícil legalizar e regulamentar apostas em política em uma maior escala (global). 

Nos EUA, o mercado que possui o maior potencial possível na política, reguladores como o Commodities Futures Trading Commission (CFTC) são conhecidos por comparar apostar em política com os mercados futuros. Até agora, eles impediram a legalização da indústria em solo americano, mesmo com especialistas apontando que poderia ser “maior que apostas esportivas” e atualmente produz fundos para outros lugares.

Startups e instituições de investimento afirmam que o mercado de apostas em eleições tem o potencial para se tornar um mercado de trilhões de dólares. No fim de 2022, o debate sobre a abertura e regulamentação das apostas em política chamou muito mais atenção, apesar dos receios de que pudesse pôr em perigo alguns valores democráticos. 

Nas redes, a indústria da tecnologia pretende convencer as autoridades que isso é um novo tipo de serviço para investidores do varejo e consumidores finais que refletem a mentalidade de uma nova geração. Hoje em dia, jogadores de mercados casuais procuram artigos e informações sobre criptomoedas, opções de mercados e ações de empresas, também aproveitam o fácil acesso a aplicativos de investimentos e sites de apostas.

Acrescentar um grau de transparência fiscal a um mercado já existente é sempre uma coisa boa para qualquer governo e jurisdição. Ainda assim, apostas em políticas continuam sendo um tema sensível, mesmo onde é legal e bem aceito. Incentivar as pessoas a votar é um resultado indireto positivo, sem dúvidas; influenciar campanhas, a opinião pública e potencialmente manipular mercados nunca é o desejado, já que a política afeta a todos nós.

No fim da história, e apesar de diferentes graus de implementação ao redor do mundo, apostas em política estão ganhando aceitação rapidamente, especialmente entre jovens usuários, indústrias tecnológicas e investidores.

Como funcionam as apostas em eleições?

Apostas com dinheiro funcionam de uma maneira similar a um grande número de indústrias baseadas em conhecimento, como é reconhecido por estudiosos com formação em investimentos e comércio financeiro. Comparações entre apostas esportivas, eleições políticas e o mercado de ações são facilmente demonstráveis e justificadas.

Todos citados acima têm uma série de elementos em comum – muitos participantes em potencial consideram-se suficientemente conhecedores para arriscar quantias de dinheiro em possíveis resultados de eventos. Os incentivos financeiros são comparáveis, assim como o acesso à informação também é “em ambientes competitivos”. É esperado que aqueles que são mais eficientes em lidar com tal informação – e que se comportam mais racionalmente do que emocionalmente – à longo prazo, sejam mais bem sucedidos. 

Esta linha de raciocínio também nos lembra que todos os mercados de apostas citados  dependem principalmente de conhecimento e cálculos. Nós também podemos usar este argumento para a influência de fatores externos nos eventos e competições que estão sujeitos a decisões de investimento. Esta pode ser a natureza e intensidade de parcerias comerciais, coberturas de mídia e visibilidade, financiamento público ou privado, seguidores e contribuintes, e muito mais.

Todas estas são simples distinções que devem ser levadas em conta na estimativa de resultados eleitorais. Da mesma forma, apostas esportivas (e outros mercados) são baseados em cálculos e informação “tangível” como a fase atual de um time e jogador, forma atlética, vantagem de jogar em casa, outras considerações técnicas e psicológicas, até mesmo as condições climáticas. A lista é potencialmente infinita em ambos os lados – entusiastas esportivos e casas de apostas. 

Por fim, o elevado grau de competência e a elaboração de dados requerem serviços especializados. As melhores plataformas de apostas dependem de provedores de dados externos como Sportradar, iSports API, FantasyData, Goalserve, SportsDataIO, para nomear alguns dos gigantes. Eles reúnem, analisam e oferecem impressionantes conjuntos de big-data que servem como uma verdadeira espinha dorsal da indústria. 

No caso das eleições e eventos políticos, as pesquisas são as principais fontes de informação relevante, já que elas refletem o sentimento público com desvios estatísticos computáveis. Eles também rastreiam cenários que avaliam as mudanças históricas nestes valores e estimam potenciais desenvolvimentos futuros.

Subsequentemente, plataformas de apostas usam dados para gerar várias cotações, tipos de apostas e ofertas dinâmicas que fornecem aos jogadores. 

As eleições presidenciais brasileiras como um exemplo ilustrativo

A eleição presidencial de 2022 entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro foi sentida e reportada com um evento marcante na política brasileira. A campanha ressoou globalmente, reforçando a importância da posição da nação mesmo para além das fronteiras continentais. 

Para colocar a significação desta eleição em perspectiva – a Final da Copa Libertadores de 2022 foi jogada dia 29 de outubro (no Equador), um dia antes da eleição (segundo turno). O maior troféu do futebol sul-americano – o maior esporte do mundo – foi entre dois times brasileiros, Flamengo e Athlético Paranaense!

Além disso, o time com a maior torcida venceu (Flamengo). E ainda assim, nos dias antes e depois da final, o evento esportivo deu um passo atrás, considerado menos importante em todas as mídias. 

Voltando às apostas e cálculo das probabilidades, as casas de apostas apontavam Lula como o favorito, embora não estivessem de acordo no quanto. No primeiro turno, apostas em Lula pagavam uma média de 1.50, enquanto a maioria tinha Bolsonaro acima de 2.00, mais em torno de 2.50. 

No segundo turno, quando candidatos menos expressivos estavam fora de cena e a realidade mostrou que a diferença entre os dois não era tão pequena, Lula foi cotado em 1.30. Apostas em Bolsonaro eram muito mais tentadoras, acima de 2.5 em algumas casas de apostas até em 3.00 vezes o valor apostado. 

Devido a essa lógica – o mandatário estava atrás, mas não por muito, confiando que ele poderia surpreender, o que paga bem – houveram mais apostas feitas em Bolsonaro, nacionalmente. 

Mesmo assim, a maioria das pessoas apostam mais nos seus favoritos e menos contra suas crenças, mesmo se isso for contra a possibilidade de ganhar certa quantia de dinheiro. Alguns chegam ao ponto de apostar e ganhar grandes somas no seu candidato preferido. Outros, é claro, apostaram racionalmente naquele que achavam que venceria. 

Algumas apostas foram feitas informalmente, contra amigos e conhecidos, até mesmo arriscando bens pessoais e propriedades valiosas. A maioria esmagadora escolheu plataformas de apostas online e sites de jogos que possuíam a opção, sendo a KTO.com a principal escolha. 

Melhores mercados de apostas políticas em 2022

A tabela abaixo representa os 20 melhores mercados (ou seja, tipos de apostas) escolhidos pelos usuários.

Estão organizados em ordem decrescente por quantidade de jogadores ativos, coincidindo com a contagem de apostas (números de apostas feitas) mas nem sempre. Nós também fornecemos a parcela de volume de negócios gerado por estes mercados, excluindo os lucros pagos. 

É importante destacar que a quantidade de jogadores ativos excede a soma de 100% simplesmente porque alguns usuários decidiram fazer mais de uma aposta. 

Como podemos ver, sem surpresa, a disputa principal do vencedor geral foi o mercado que liderou, atraindo 71,74% dos apostadores, acima de 40% do total de apostas e mais de dois terços das quantias apostadas.

Depois disso, com certa distância, esteve a questão se a eleição (presidencial) seria decidida em no primeiro turno. Como nenhum dos candidatos recebeu mais de 50% (Lula teve 48,3% e Bolsonaro 43,20%), a eleição foi para o segundo turno. 

Em ambos cenários, apostadores – que também são eleitores, é claro – acreditaram que sabiam que venceria e se um dos candidatos receberia votos válidos suficientes. Estes são mercados diretos e simples que acompanham uma perspectiva geral. Questões fundamentais como vencer ou perder, são plano de fundo das próprias campanhas, das dinâmicas ao seu redor e seus efeitos sociais subsequentes.

Apostas em eventos nem sempre são completamente binárias. Casas de apostas tentam atender todas as demandas e cobrir o maior número de nuances de resultados o possível. O fato é que a KTO foi muito além dos melhores 20 apresentados – nós registramos atividades suficientes em um total de 55 mercados, com muitos outros sendo oferecidos, mas registrando pouco ou nenhum interesse. 

Ainda assim, o que fica na história é o resultado final da eleição presidencial e é isso que move as pessoas, tanto eleitores quanto apostadores.

Mais uma vez, isto coloca as apostas políticas no mesmo nível das apostas esportivas. Assim como nas eleições, a opção mais popular de apostas para jogadores “recreativos” e ocasionais dá seus palpites no vencedor geral da disputa. Escolher um vencedor de competição é oferecido por todas casas de apostas e possui odds diretas, sem a necessidade de um sistema cheio de regras a conhecer ou conseguir entender.

As odds e apostas mais comuns também incluem mais/menos, total de gols e resultado correto. Elas são comparáveis à contagem de votos válidos, também aplicáveis à vitória no primeiro turno ou diferença na quantidade de votos. Mas elas são apostas relativamente simples, geralmente baseadas em uma escolha binária ou, ao menos, em uma gama limitada de escolhas. 

Mercados menos comuns e atividade regional 

Quando o assunto são os mercados de apostas menos convencionais, alguns fora dos 20 primeiros (não mostrados acima) requerem uma pesquisa extensiva, até mesmo uma pitada de sorte para conseguir acertar. Um exemplo seria “Quantas mulheres serão eleitas deputadas federais?” que atraiu um total de 0,88% dos usuários ativos. 

Já em um quadro geral, 50,95% da contagem de apostas foram feitas em mercados com significatividade nacional. O restante, quase a metade, foi feito em apostas que eram mais importantes (e requeriam mais conhecimento) sobre os próprios estados em que as pessoas votavam, e.g. membros do congresso nacional, governadores ou senadores.

A tabela acima mostra que a maioria dos apostadores ativos vem de estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. Menos ativos, mas ainda perceptíveis, são os apostadores em Maranhão, Paraná, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. 

Praticamente todas as opções acima refletem a tração online, atividade e hábitos de jogo que já destacamos no nosso estudo anterior.

Além disso, temos certas cidades que se destacam com diversos mercados e apostas escolhidos – como Nova Pádua (RS), Balneário Camboriú (SC), Pires Ferreira (CE), Garanhuns (PE), Central do Maranhão (MA). Curiosamente, nenhuma delas é capital, mostrando uma mistura de interesse em política e um hábito de apostas que vai além do tamanho da população. 

Motivações por trás dos cinco principais mercados de apostas

Se nos focarmos nos 5 principais mercados, podemos explicar alguns números interessantes, em termos de quantidades relativas entre apostadores ativos, contagem de apostas e retornos. Os números demonstram tanto um nível de preparação dos apostadores, mas também sua “intuição”. O resultado mostra decisões menos impulsivas e uma maior disposição para colocar dinheiro em suas próprias crenças racionais. 

Primeiramente, o vencedor geral:

A tabela mostra que menos apostadores acreditaram na vitória do Lula ou muitos escolheram apostar uma quantia pequena em uma zebra (que pagava bem). Simplesmente porque seus admiradores – ou apoiadores calculistas, ao ponto de fazerem uma aposta em dinheiro nele – mostraram mais confiança em sua vitória. Já que as pesquisas raramente erram por muito, uma grande porção das somas indicavam uma vitória do Lula, resultando em quase dois terços do volume sendo apostas neste resultado.

Para você que é rápido em somar números, já deve ter notado que estes números não chegam a 100%. Simplesmente porque uma porcentagem minúscula (¼ de um por cento no total) foi de apostas no que seriam chocantes vitórias de Ciro Gomes, João Doria, Simone Tebet ou Sérgio Moro. 

A tabela que vemos acima complementa o mesmo contexto lógico, enfatizando a pequena diferença entre os candidatos e a possibilidade de um segundo turno. Enquanto os apoiadores sérios (ou patrocinadores calculistas) imaginaram um triunfo no primeiro turno para um dos dois candidatos, a probabilidade de uma vitória esmagadora não parecia provável. Na hora de colocar o dinheiro no que acreditavam, mais de 70% das somas foram na expectativa de um segundo turno. 

O terceiro principal mercado que reflete um envolvimento impressionante dos residentes de Minas Gerais com as apostas competitivas e políticas. 

O fato de que eles escolheram Bolsonaro para vencer em seu estado – menos de 60% dos usuários e apostas contadas com quase três quartos dos montantes apostados – apontam para alguns fatos.

O primeiro é que eles estavam claramente errados em sua escolha. O que nos deixa com a única possibilidade de que jogadores vão com uma zebra, especialmente quando a diferença entre os dois candidatos estava diminuindo, de acordo com pesquisas e reportagens. 

E, de fato, eles chegaram bem perto. Bolsonaro reduziu a vantagem de Lula de 560,000 para menos de 50,000 votos válidos. Enquanto, a nível nacional, a diferença entre os dois foi 1.8%, em Minas Gerais foi de apenas 0,4%, mostrando que a corrida foi realmente equilibrada. Demonstra também que as pessoas estavam muito cientes disso – apostadores são bem informados, preparados e que o risco foi calculado mesmo se tais apostas não venceram. 

Emoções vs Conhecimento e Habilidade 

Todos os fatos e dinâmicas comportamentais acima indicam que apostadores gostam de tomar decisões informadas, independentemente de suas chances de acertar ou errar a resposta final. Outra vez, existe uma relação direta entre as motivações por trás das apostas esportivas, baseada em conhecimento de time e atletas, forma atual e diversas condições externas. 

Informação preliminar sobre o resultado de eventos esportivos inclui a avaliação de uma série de fatores psicológicos. A política também está sujeita à influência socioeconômica e a um condicionamento midiático muito maior. Ambos setores são afetados pela preparação pessoal dos participantes – físico e mental no primeiro caso, majoritariamente mental no segundo.  

Na maioria das vezes, apostadores e observadores não podem estimar completamente estas dinâmicas, já que elas não se tornam públicas. Avaliações psicológica e motivacional são feitas por equipes concorrentes e permanecem informações privilegiadas. O mesmo se aplica na maioria dos casos à capacidade financeira dos lados, embora grande parte disso deva ser feito público. 

Estas são as áreas onde eleitores, apostadores – e investidores, quando nós consideramos as semelhanças com o risco em investimentos – têm que confiar em sua percepção pessoal, em outras palavras, sua intuição. Não é incomum para eles agir (apostar) baseado nas suas emoções. Quer chamemos de preferência ou intuição – sobre um candidato/partido, jogador/time ou uma mercadoria – pode não ser uma boa ideia quando se arrisca dinheiro. Mas isso inevitavelmente acontece para alguns jogadores e investidores, com base na emoção de arriscar algo para uma vitória em potencial. 

Os preços das odds nestes três setores – política, esportes e mercados – têm alguns pontos em comum. Por um lado, são atualizados em tempo real, o máximo possível. Estas dinâmicas vêm das pesquisas de eleição, mercado ou informação relacionada aos esportes, mas eles são todos resultado da metodologia científica discutida acima. 

Por outro lado, a precificação dos mercados de apostas – ou seja, eventos, figuras (políticas) e resultados – é feito de forma mais equilibrada em favor do sentimento popular. Isto quer dizer que o competidor favorito do público é impulsionado um pouco mais pelas casas de apostas, seja porque eles estão na liderança (aumentando) ou atrás (reduzindo). Já que os apostadores que seguem a preferência popular são a maioria, isto estimula a realização de mais apostas. 

Isso quer dizer que as surpresas e zebras são precificadas em probabilidades, mas com um pequeno ajuste comercial. Eles precisam ser atraentes o suficiente para oferecer um retorno atraente, mas não excessivo para colocar em risco a solidez financeira da casa de apostas. 

Compreensivelmente, isto é feito para colocar as emoções em ação. Tais estratégias de precificação tendem a  tirar a vantagem de um conhecimento superior. Ao contrário, estudos sistemáticos e uma preparação diligente têm maior chance de funcionar para apostadores e investidores que são menos influenciados por seus impulsos ou intuição. 

A popularidade da política local 

Nós vimos como – e porque a maioria dos eleitores e apostadores são movidos pelas grandes questões e disputas a nível nacional. Ainda assim, política local e regional acabam despertando muito interesse onde têm mais impacto. 

A mesma abordagem estruturada é válida para empresas de dados e sites de apostas. Para os habitantes locais, contudo, é provável que ambos tenham mais conhecimento sobre assuntos regionais, bem como sentimentos mais fortes sobre candidatos e resultados.

A tabela acima mostra apostas no Rio Grande do Sul antes do segundo turno da eleição para governador. O governador anterior – Eduardo Leite – havia renunciado no início de 2022, antes do início da campanha eleitoral. Os números mostravam que ele tinha um forte apoio e que retornou ao cargo por uma razão. A atividade de apostas prova que alguns habitantes locais acreditavam que seu adversário conservador poderia vencê-lo e menos quantias foram feitas em uma zebra. 

O mesmo estado estava dividido de forma mais equilibrada quanto às chances dos seus senadores. Embora a disputa não tenha sido tão parelha (44,11% vs 37,85% entre Mourão e Dutra), é emblemático que os candidatos acima tenham chegado na mesma ordem exata. Os apostadores estavam certos o tempo todo.

Estatísticas apoiam o fato de que apostadores, entusiastas esportivos e investidores preferem mercados maiores, binários e mais simples, envolvendo menos sistemas de apostas, isso se houver algum. Mas aqueles motivados a apostar – particularmente em disputas políticas – são normalmente grandes conhecedores dos assuntos e figuras públicas, ainda mais se eles são habitantes locais. 

Campanhas políticas inevitavelmente deixam sua marca, ainda assim cidadãos são bem capazes de monitorar as posições relativas dos candidatos, mesmo quando manifestam seus sentimentos. O que eles realmente acabam fazendo (através de pesquisas e comportamento de apostas) é ajudar a definir mercados de apostas e melhor a precisão das odds. 

Um Sumário dos fatores demográficos

O “Vencedor Geral” se mantém como o mercado mais importante. Os demográficos relacionados a este tipo de aposta são bem significativos ao demonstrar o perfil de apostas de nossos usuários. 

A KTO tem informações de apostadores entre os 19 até 77 anos de idade, assim como dos estados mais ativos. A tabela abaixo mostra a distribuição de idade daqueles que apostam no Bolsonaro para vencer, independente do turno.

Bolsonaro para vencer.

Uma representação correspondente também para jogadores apoiando Lula:

Em ambos os casos nós vemos que as pessoas com 32 anos de idade são as mais ativas. E no geral, usuários entre 24 e 42 anos são o maior grupo de pessoas motivadas a fazer uma aposta no vencedor da eleição. Ele contém 76,11% dos apostadores em Bolsonaro e 72,01% daqueles que fizeram uma aposta em Lula. 

Há diferenças dentro do mesmo grupo de idade também. Aqueles que apostaram em Bolsonaro foram mais consistentes, convencidos e ativos, atingindo um pico de mais de 5,5% das apostas feitas no grupo dos 30 e poucos anos. 

Apoiadores de Lula – ou aqueles que pragmaticamente acreditavam que ele venceria – estão ainda mais na casa dos 40, até mesmo na faixa dos 50. A idade média destas pessoas é consideravelmente maior do que a idade daqueles que apostaram em Bolsonaro. 

Finalmente, apresentamos as quantidades de apostas feitas (em um vencedor) no contexto da distribuição estatal. 

Mais uma vez, estes números estão altamente alinhados com nossas descobertas anteriores que viram os estados do Sul (e até certo ponto os do centro-oeste) dominarem o cenário das apostas em dinheiro no Brasil com os nossos dados. 

A primeira colocação do Rio Grande do Sul fica ainda mais evidente, parcialmente por causa do sucesso de marketing da KTO e das tradições de jogos existentes ali. Estados como Santa Catarina e Minas Gerais também estão constantemente ativos. 

Com os devidos cuidados, as apostas feitas também podem ser tratadas como um estudo da expectativa das pessoas em relação a um vencedor. Por sua vez, isto pode ser atribuído à mentalidade cultural regional – seja liberal ou conservador – ou a influência real que o candidato em questão acumulou nesses estados.

Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, por exemplo, têm mais um terço apostando em Bolsonaro, com as devidas distinções entre tamanho da população e atividade dos jogadores. Todos os três são conhecidos por serem bem desenvolvidos (com um padrão de vida mais elevado), mas também mais conservadores. 

Quando olhamos para estados e regiões que são dominadas por áreas metropolitanas maiores (e.g. Rio de Janeiro, São Paulo), nós vemos muitos usuários apostando em Lula. Seja por suas aspirações “esquerdistas” ou simplesmente por serem mais liberais, não é um resultado inesperado por todos os relatos das mídias.

Baseado nas informações acima, é possível descrever o apostador típico nestas eleições como uma pessoa com 32 anos de Porto Alegre. Entretanto, tais conclusões merecem um estudo mais aprofundado dos perfis de apostadores e traços do jogador de dinheiro real. 

Observações conclusivas

Eleições democráticas são um concurso decidido por uma escolha informada. Em uma versão gamificada, a aposta em política também é motivada por seu interesse na significatividade pública, mas a aposta em si depende de uma combinação de conhecimento, pesquisa informal, preferências pessoais e até mesmo emoções.

Os relatos dos apostadores são um testemunho que apostas em eleição podem fazer de você um “cidadão melhor informado.” Podem incentivar as pessoas a entenderem as regras de votação, os procedimentos políticos e questões públicas, simplesmente porque eles investiram somas reais no jogo da política. 

Por fim, a maioria dos apostadores escolhem mercados comuns e grandes. A maioria das pessoas aposta em resultados únicos, sem um sistema particular, a não ser que eles saibam mais sobre as especificidades da política local. 

Ainda assim, os números que analisamos acima mostram que as pessoas raramente estão equivocadas sobre o resultado da eleição. E se eles estão, não é por muito e quase nunca sobre os próprios estados ou cidades. 

Eventos importantes e disputas de personalidades que impactam a sociedade normalmente envolvem crenças e emoções que vão além de dados e estatísticas. Nós frequentemente vemos que verdadeiros fãs-clubes inteiros de políticos participam em campanhas acaloradas, com muitas partes externas se envolvendo de diferentes formas. 

Essas dinâmicas sociais são muito parecidas com a devoção aos esportes. Apostas em política, portanto, compartilham muitos traços com apostas esportivas e, como vimos, outros mercados de investimentos. Apostadores e jogadores de mercado respondem a estímulos que ajudam eles a se sentirem parte do evento. Ao se aprofundar nestes fatores, odds e preços dão às pessoas a percepção de controle, até mais que o resultado das apostas.